Mais de R$ 380 mil estão sendo discutidos na Justiça. Doze atletas moveram ações trabalhistas contra o Município e a Fexponace buscando o reconhecimento do vínculo empregatício e não pagamento de salário.
Há muito se fala que a Prefeitura de Ituporanga não investe em futsal, e que o Moitas foi “abandonado” pela atual Administração. O que muitos não sabem, e certamente por este motivo tecem comentários desabonadores, é que a antiga gestão deixou para a atual uma dívida absurda com os atletas do Moitas.
Para exemplificar, e nominamos porque os processos são públicos, os jogadores Eduardo Machado, Evanilson da Silva Santos, Ezequiel Limiro da Silva, Gerson Luiz Paranhos Prado, Jonas Ricardo Madruga, Jovaé Pedro Paranhas Júnior, Luis Fernando Espíndola, Marcos Dioney Schmidt, Renato Cruz dos Santos Júnior, Sebastião da Silva, Tiago Rodrigues Varreira e Wagner Will, que defendiam a equipe de Ituporanga na Administração anterior, ingressaram nos anos de 2012 e 2013 com ações trabalhistas contra a FEXPONACE e o Município de Ituporanga, reclamando o não reconhecimento do vínculo empregatício e a falta de pagamento de salário, além de várias outras verbas trabalhistas a que, em tese, teriam direito.
Afora as diversas demandas ajuizadas, o Município de Ituporanga foi acusado de contratar os atletas como se fossem “professores”, buscando, ao que dizem os atletas, simular uma relação de trabalho que nunca existiu.
Então a herança que a antiga gestão - e o Moitas - deixaram para a administração atual, é o valor exorbitante de R$ 382.100,00 de dívidas que estão sendo discutidas na Justiça. Deste valor, o Município já desembolsou pouco mais de R$ 19.000,00, restando oito processos pendentes de julgamento.
Em apenas uma das ações, movida por Ezequiel Limiro da Silva, a dívida atualizada, acrescida das despesas de INSS, atinge R$ 57.134,51, valor correspondente em média a um mês de merenda escolar para todas unidades de ensino municipais.
Não é necessário explicar quantos investimentos em educação, esporte e saúde poderiam ser feitos com esse valor que o Município e a FEXPONACE, caso efetivamente sejam condenados, terão que pagar a estes jogadores que, repita-se, em tese foram contratados de forma irresponsável pela antiga gestão.
No mês de outubro último, foi bloqueada na conta-corrente da FEXPONACE a quantia de R$ 40.000,00, inviabilizando o pagamento de credores, os patrocínios já prometidos e causando uma série de transtornos financeiros à fundação. Além disso, para poder discutir em Juízo, o Município pagou mais R$ 18.352,49 para complementar a dívida total, e isso se refere a apenas um processo trabalhista de jogador.
Assim, para que a população seja informada dos reais motivos pelos quais o Município e a FEXPONACE não têm mais investido no Moitas, que tem estrutura própria sem ligação com o Poder Público, é que achamos necessária esta nota de esclarecimento.