Ituporanga assina convênio com Consórcio do Médio Vale para coleta e destinação do lixo

Ituporanga assina convênio com Consórcio do Médio Vale para coleta e destinação do lixo

Ituporanga terá mudanças na coleta de lixo no município. É que foi assinado nesta terça-feira, 25, um convênio com o Consórcio Intermunicipal do Médio Vale do Itajaí (Cimvi) que a partir de março substitui a empresa Say Müller, que está sendo investigada por irregularidades na prestação do serviço. Com a alteração diversas melhorias serão implantadas gerando redução de custos, melhor aproveitamento e até possibilidade de geração de renda com transformação do lixo em materiais para a construção civil.

Com o convênio a cidade torna-se pioneira ao ser a primeira de fora do Médio Vale a aderir ao programa “Vale Muito Cuidar” e ao serviço de coleta de resíduos sólidos, sejam orgânicos ou recicláveis, recebimento, processamento e destinação final do lixo prestado pelo Cimvi.

Uma das novidades em relação a essa parceria é que Ituporanga passará a contar com embalagens específicas para materiais reciclados, o que deve facilitar para que a população faça a separação e incentive a destinação correta de cada tipo de resíduo. A cidade vai implantar ainda lixeiras comunitárias.

O prefeito Gervásio Maciel pontua que atualmente a Administração gasta mais de R$ 2,4 milhões por ano para custear a coleta e destinação do lixo, mas arrecada pouco mais de R$ 400 mil e o convênio tem justamente a intenção de diminuir as despesas e melhorar o serviço oferecido para a comunidade. “Precisamos diminuir esse custo, essa defasagem, mas acima de tudo nossa intenção é modernizar e oferecer um serviço de mais qualidade contando com a parceria dos moradores para fazer a separação. O lixo comum passa a ser levado para Timbó e no futuro será reaproveitado totalmente para a fabricação de materiais como paver, janelas e até para geração de energia solar”.

Já a cooperativa de catadores que hoje opera no Cerro Negro ficaria responsável apenas pela separação do material reciclado, o que garante melhores condições de trabalho e mais renda para os profissionais.

O diretor executivo do Cimvi, Fernando Tomaselli comenta que o consórcio é público e busca oferecer mais eficiência no serviço, obedecendo sempre o que estabelece a legislação. A parceria com Ituporanga, segundo ele, pode servir de exemplo para outros municípios do Alto Vale. “Já estamos estudando esta parceria desde o ano passado quando a Administração nos procurou para conhecer novas alternativas e hoje temos a felicidade de assinar esse convênio, por isso parabenizamos o prefeito Gervásio pela iniciativa”

Hoje o Cimvi tem uma unidade pública de tratamento dos resíduos e a coleta seletiva foi implantada em todos os 15 municípios do Médio Vale que até então integravam o consórcio e já traz excelentes resultados. “Todas as cidades já têm resultados melhores com aproveitamento dos materiais e Ituporanga também resolveu abraçar esse novo modelo, dar esse passo para avançar e entender o lixo como um ativo que com o tempo além de diminuir custos numa fase inicial pode trazer um retorno muito significativo”, completa Fernando.

Irregularidades na coleta de lixo

A operação Reciclagem, deflagrada em julho de 2019, apontou diversas irregularidades na colega de resíduos de Ituporanga. De acordo com o MPSC, foram identificados indícios de ilegalidades desde a contratação inicial dos serviços de coleta de lixo, até a execução do contrato, como duplicidade de pesagem e utilização de tíquetes de pesagem falsificados. Os  valores a serem pagos à empresa Say Müller eram indevidamente aumentados, gerando também o pagamento de vantagens ilícitas a agentes públicos. A investigação culminou na época com o afastamento do ex-prefeito, Osni Francisco de Fragas.